Outubro rosa
Posso falar o que eu acho? @Selma Gören
O mês cor-de-rosa.
O mês de outubro é um mês de muitas transições, começando pela mudança do calor agradável estival para o frio húmido inverniço. Começam as preparações para o Natal. As árvores desprendem-se das folhas amarelecidas.
E o outubro tem ganho importância nos últimos anos como Mês Rosa para mudar mentalidades. As campanhas a favor da prevenção e tratamento do cancro da mama emolduram jornais, revistas, montras. Slogans criativos ecoam nos ouvidos. São realizadas atividades desportivas para assinalar a importância do desporto na prevenção de doenças, angariados fundos, realizadas sessões de beleza para as mulheres marcadas pela quimio e radioterapia. A solidariedade tem ganho cada vez mais força, o povo é sensibilizado, a empatia fortalecida.
Um estudo indica que nos países desenvolvidos 1 em cada 8 mulheres desenvolve o cancro da mama ao longo da vida. Se for detetado atempadamente, os resultados são, naturalmente, mais positivos. No fundo é uma maré cor-de-rosa, e mesmo se alguém se considera um mais distraído, esbarra numa esquina com laços cor-de-rosa ou fotografias com relatos sobre as guerreiras.
Por vezes tudo parece demasiado cor-de-rosa. Ou melhor, o mês Outubro Rosa afoga no rosa. A cor vira moda em cuecas salmon pink e em casacos rubi. São vendidos bolinhos com creme persian pink. Obviamente, o significado da cor persiste nas meias light pink.
Mas talvez, por vezes, a mensagem se desvanece no excesso da manta tingida. Resta crer que a tonalidade da nuvem colorida na área comercial e associativa incentiva muitas mulheres a fazerem exames, dá conforto emocional, apoio nós tratamentos e cria alguns pés-de-meia para apoios financeiros para as doentes.
Venha o cor-de-rosa todos os anos, e que os frutos das campanhas se prolonguem durante os 11 meses seguintes, porque o cancro não escolhe mês.