O verão na sua excelência...

03-08-2022

Posso Falar o que eu acho? @Anabela Reis
É verdade... Há muitos, muitos anos que temos uma estação do ano a que chamamos verão. E há muitos anos, também, que as nossas rotinas nesta época se repetem... É o mês de férias por excelência e que muitas vezes preparamos e vivemos com demasiada ansiedade.
Um texto leve  e uma visão fresca, como mote para reflexão sobre a forma como olhamos as nossas férias, 


Ai o verão que tanto nos alegra e tanto de bom nos traz! Desde a primavera que andamos a pensar nele, no momento em que podemos descansar.

Sonhamos com o tal biquíni que nos deixe, nele, entrar.
Começamos a dieta. Três meses devem chegar...
Comem-se frutas e vegetais, nada de gorduras e zero de açúcares, para o pneu mais depressa esvaziar.
Evitam-se as festas e os jantares, fazem-se refeições intermitentes e algumas quase sem paladar.
Fazem-se sacrifícios, caminhadas e até o esforço de ao ginásio ir treinar. Menos uns quilinhos, para nos encorajar.
Finalmente, e mesmo a tempo, entramos no biquíni que compramos, aquele modelo com a cor que "está a dar"!
Chegou o tão esperado dia em que enchemos as malas a abarrotar. São quinze dias, nada pode faltar.
Depois de um ano de trabalho, tanto esforço e cansaço, merecemos bem estes dias de barriga para o ar.
No hotel, nem a cama fazemos para nada nos possa desgastar.
Depois, porque nunca fazemos em casa, exigimos aquele pequeno-almoço completo, pois temos o direito de tudo experimentar: O sumo alaranjado, os ovos mexidos e o pão diferente, talvez o croissant estaladiço com fiambre ou queijo fatiado, ou os dois a acasalar, e mais uma fatia daquele bolo que nos está a chamar. Na máquina do expresso premimos o botão que mais nos agradar.
E lá vamos para a praia com o biquíni bem encaixado, que consegue tudo tapar.
Saco de praia com a toalha "queen size",que para mim deve chegar, o telemóvel que não pode faltar e o protetor solar, fator 50, que é impossível não o colocar, mais o guarda-sol e o tapa-vento para carregar.
Acampamos no areal, mesmo à beira mar.
Vamos molhar os pés, damos uns mergulhos se a bandeira, ao vento, nos autorizar.
Almoçamos no bar da praia aquele hambúrguer que há muito andamos a desejar.
À tarde, vem a bola de Berlim, "com creme, por favor!" e o açúcar a enfeitar.
Chega o fim do dia de praia e regressamos ao hotel. Dois mergulhos na piscina, para a areia tirar...
No duche, por baixo do chuveiro, sentimos a pele a estalar: "Ai...! Deitem-me creme, para a pele hidratar!"
Vestimos uma roupinha domingueira, para o jantar. Calha bem ser pela hora do pôr-do-sol, para o podermos admirar. E, lá estão os petiscos nos pratos e nas travessas, a espreitar. Não resistimos à tentação de tudo, um pouco, provar.
Saímos à noitinha para caminhar, em passo de passeio, porque temos de descansar.
Paramos mais à frente naquele bonito bar, de onde se ouve a música que nos convida a dançar.
Espirituosamente, bebemos umas bebidas, em copos adornados, para relaxar.
E assim se passam os dias, em quase tudo, iguais.

E assim se passam os dias, em quase tudo, iguais. 

O calor abrasador que nos deixa a sufocar, a morrer e a suar e que nos obriga a beber uns "finos" geladinhos, numa esplanada a ver o mar. O sol, de tão incandescente, queima a pele até tostar, naquele "bronze" arrasador, que nos fica a matar, naquele biquíni que compramos com a cor a combinar.
E eis que chega o fim das férias, tão esperadas.
Ficamos felizes por ser o último dia, e não ter mais nenhum a seguir, porque o biquíni da moda, deixou de nos servir.

Anabela Reis