O rejuvenescimento de Ronaldo!
Lady In Red,
Cristiano Ronaldo voltou a ultrapassar os 40 golos num ano civil, sendo a décima terceira vez que o faz na sua carreira (que já dura, ao mais alto nível, há sensivelmente 20 anos).
Confesso que fui umas das muitas pessoas que julgou que o rumo de Ronaldo ao Al Nassar, em direção ao El Dorado, seria o início do fim, o começo da sua reforma futebolista. Admito ainda que pensei que Ronaldo também tinha chegado ao fim da linha na nossa seleção portuguesa, após toda a polémica que o rodeou no Mundial.
Contudo, Ronaldo fez o que fez toda a sua carreira. Continuou a trabalhar e demonstrou que será ele a decidir quando termina a sua história futebolística e que será sempre nos seus próprios termos. Ronaldo foi para a Arábia Saudita e já o seguiram dezenas de jogadoras – claro que muito pela vertente financeira mas Ronaldo colocou o campeonato saudita no mapa.
Cristiano não é o jogador que era aos 20 anos, um malabarista que estava sempre a pensar na próxima finta que podia inventar. Não é o jogador que era aos 30, no auge da sua pujança física e mental, onde marcava 60 golos numa época. Mas Ronaldo continua a ser um grande jogador e fez questão de o continuar a demonstrar.
Ronaldo rumou à Arábia e Messi acabou por mudar-se para os EUA. Há muitos anos que se fala de Mbappé e Erling Haaland mas ainda foi Messi que ganhou a sua oitava bola de ouro (algumas podem ser mais ou menos discutíveis mas o que nunca será colocado em causa é o privilégio que temos de o ver jogar) e Ronaldo estava a frente de Haaland e Mbappé no número de golos em 2023, a meio de outubro. São jogadores de uma geração e que marcaram os últimos 20 anos do desporto-rei.
Ronaldo rejuvenesceu no Al Nassar após um período extremamente turbulento no Manchester United e após a desgraça pessoal que se abateu sobre ele com o falecimento de um dos seus filhos, após o nascimento. Ronaldo é a prova de que, mesmo quando se é um profissional de elite, é necessário sentir-se acarinhado e valorizado no seu ambiente de trabalho. Demonstrou também que por vezes não é possível ignorar o impacto que acontecimentos pessoais têm no foro profissional.
Acredito que podemos ser Campeões da Europa em 2024 e lutar pelo Mundial em 2026 – quer seja com Ronaldo ou não, o título será sempre um bocadinho dele pelo tremendo impacto que teve na geração recente de jogadores portugueses, que olham para ele como exemplo a seguir, no âmbito futebolístico.