O regresso de Rafa...

06-01-2024

Lady in Red,
"Contudo, e como em tudo na vida, o antigo acaba e o novo emerge..."


Os seres humanos adoram histórias de superação. Seja em filmes, séries ou histórias verídicas, todos nós somos particularmente sensíveis a enquadramentos deste tipo.

Rafael Nadal retornou aos courts após cerca de um ano de ausência, ultrapassando uma lesão que se previa que levasse a uma paragem de 4 a 8 semanas, mas transformou-se num longo calvário de um ano. No primeiro jogo de singulares ganhou a Dominic Thiem (também ele já com um longo historial de lesões, principalmente recentes) e os parceiros de treino, como Murray e Rune, elogiam o nível físico de Rafa. Portanto, feitas as contas, parece um início auspicioso.

Ainda não vi Rafa jogar, mas verei no Open da Austrália e espero sinceramente que se consiga apresentar a um nível que o deixe satisfeito e que seja competitivo. Até porque duvido que continua a jogar muito mais tempo se não for esse o caso.

Muitos podem questionar o que leva Nadal a retornar quando já ganhou 22 Grand Slams, entre muitos outros torneios. Nesta fase da sua carreira não acredito que seja pelo dinheiro, embora seja sempre um fator apetecível e que não pode ser ignorado. Acho que Nadal ainda gosta muito de jogar ténis e ainda quer perceber quanto tempo mais pode desfrutar do mesmo até ser obrigado a encetar uma nova fase da sua vida. Além do mais, acho que é também parte da personalidade do maiorquino, que prefere quebrar do que vergar e só irá abandonar quando já não tiver condições físicas para ser o "touro" que todos nos habituámos a ver. Por fim, há sempre a componente da competição, sendo que acredito piamente que Rafa ainda almeja encurtar a distância para Djokovic ao nível de títulos - o sérvio é mais novo e já mencionou que pretende continuar a jogar até aos 41 anos, caso assim seja possível.

Quanto a mim, quero que Rafa continue porque, além de todo o ser humano gostar de uma boa historia de superação, também somos muitas vezes assolados por sentimentos de nostalgia e saudade, principalmente perto desta época festiva. Depois do abandono de Federer, será sempre outro momento épico quando Nadal pendurar a raquete pela última vez. Será sempre melancólico pensar que uma das eras douradas do ténis, com Djokovic, Nadal e Federer está cada vez mais perto de terminar.

Contudo, e como em tudo na vida, o antigo acaba e o novo emerge, tal como agora com a chegada do novo ano. No caso específico do ténis, a modalidade também estará em boas mãos com tenistas como Alcaraz, Sinner, Rune, Swiatek ou Gauff.

Aproveito para desejar um excelente 2024 a todos os nossos leitores, que este novo ano seja em tudo melhor que o anterior.


Se gosta do COrTE NA CAsAcA
siga-nos no

WhatsApp