Da saúde...
Posso falar o que eu acho? @Francisco Silva
"Esta é a primeira opinião que o renovado COrTE NA CaSAcA apresenta após 40 anos.
Opinião livre e independente como não poderia deixar de ser... Mas além disso escrita de forma clara e verdadeira sobre um o tema que todos concordamos ser a coisa mais importante da nossa vida... A saúde!"
Posso falar o que eu acho da saúde?
Nas últimas semanas, todos os dias somos confrontados na comunicação social com serviços médicos de urgência que fecham, em vários hospitais nacionais, inclusivamente, hospitais centrais, como é o caso de Braga.
A mim, custa-me perceber, como pode isto acontecer nos dias de hoje, com tantas universidades a ministrar o curso de medicina e com tantos excelentes alunos com vontade e, principalmente, com vocação, de cursar esta área.
Os ditos "especialistas" dizem que são problemas estruturais. Eu, na minha humilde opinião, digo que são, sobretudo, problemas "corporativos" e financeiros.
Em Portugal, certas ordens profissionais têm poderes a mais. Eu penso que é o caso da ordem dos médicos. Decide em causa própria. Evitam que haja muita "concorrência", para que a suas reivindicações, sobretudo salariais, sejam satisfeitas. É a afamada lei da oferta e da procura.
Se há falta de médicos, formem-se mais médicos. Claro que, com a proliferação de hospitais privados, a saúde tornou-se um negócio extremamente rentável e os médicos estão atentos e, como seria de esperar, ingressam no sistema que lhes é mais rentável, neste momento, o sistema privado.
Caso houvesse mais médicos em formação, numa década, a falta de médicos estaria resolvida.
O governo terá de dar esse passo. Deverá ser o governo, em nome da saúde pública e da
sustentabilidade do SNS, a decidir o número de vagas necessárias para tentar colmatar a falta
destes profissionais que são essenciais à comunidade. Uma sociedade sem um bom sistema de
saúde e de educação é uma sociedade doente.
A cura é simples: formem-se mais médicos! Isto é o que eu acho.
Francisco Silva