Boas Festas...
Posso falar o que eu acho? @Anabela Reis
Fico extremamente surpreendida com a capacidade que temos de adaptação às circunstâncias do momento...
Fico extremamente surpreendida com a capacidade que temos de adaptação às circunstâncias do momento.
Ainda há poucos dias vivíamos entusiasticamente o poder que temos de nos unirmos no amor, de sermos empáticos, de viver o espírito de Natal com coração terno e brilho de paz no olhar. Vi tudo isto em todas as pessoas com quem me cruzava, em todos os lugares onde ia, em todos os meios de comunicação. O mundo era realmente um lugar maravilhoso de paz, alegria e amor.
Hoje saio e verifico que as luzes e as músicas natalícias continuam a alegrar as ruas da cidade, os locais comerciais e as pessoas continuam na mesma azáfama. Mas, apercebo-me que apenas o coração arrefeceu e os olhos ficaram menos brilhantes.
Um dia depois do Natal, e as lojas estão cheias de pessoas com sacos e embrulhos a obstruir o acesso ao balcão e a porem desassossegadas as jovens balconistas que não têm "mãos a medir" para todas as trocas solicitadas: " Não serve"; " Não me fica bem a cor"; " prefiro outra coisa".... Enfim, inúmeros problemas que as prendas dos dias anteriores trouxeram à paz que se vivia.
Trocas feitas, problemas resolvidos e já outra azáfama começa: A corrida às lingeries azuis!
Fico sempre confusa quando me confronto com esta correria e sobretudo com a obsessão pela cor azul. Cada um dá a sua explicação e eu fico sempre a pensar que a ser assim, a cor da lingerie que se usa na noite de passagem de ano premedita a competência do ano seguinte, então que se legisle sobre a obrigatoriedade do uso da cor que promova a paz, o respeito e a seriedade, no mundo.
Depois vem um séquito de tradições para o momento das doze badaladas: Doze passas, ou uvas brancas, e um desejo por cada(!); brindar com uma taça de champanhe; subir a uma cadeira, se possível com uma nota na mão; atirar com louça velha pela janela fora; bater com os testos das panelas.... Enfim, são inúmeras e a fazer todas, passam as doze badaladas e nem metade conseguiria.... Grande azáfama!
Olho em redor e só me ocorre que, na verdade, as pessoas ficaram mais ávidas de mostrar o seu brilhantismo, de um modo geral, e literalmente nas vestes que procuram para a última festa do ano e a primeira do seguinte.
Tenham a festa que vos agrada, que o Novo Ano traga o que vão desejar e sobretudo, sejam felizes!
Anabela Reis