A qualidade dos nossos políticos...
Dom Queixote,
"O 25 de Abril faz bodas de ouro daqui a dias….
Quero acreditar que finalmente começou a revolução!"
A cidadania não é apenas mais uma palavra. Não é uma palavra oca, embora nós, cidadãos, muitas vezes, não façamos o essencial para que fique preenchida…
Porquê? Eu explico…
Repetidamente deixamos que a vida flua, que o tempo passe, e que o saudável exercício da nossa cidadania fique esquecido. Depois, como não estamos para ter trabalho, como é oneroso pensar, racionalizar (sobretudo ao domingo após o cabrito com grelos), pintamos tudo da cor do nosso "clube partidário" e não encontramos melhor justificação para a nossa expressão de cidadãos do que "eu sou deste ou daquele partido..."
A vida não é redonda, não está contida dentro de quatro linhas e, muito menos, devemos deixar que a nossa "camisola" clubística pense por nós. Por isso, é essencial que não nos esqueçamos de criar opinião de forma séria. Comentadores e fazedores de opinião, todos os dias, paulatinamente, lançam-nos o convite para ceder aos seus pontos de vista, facilitando-nos o raciocínio, tirando-nos o ónus de ter de pensar…. Embora nos queiram fazer crer que as coisas são assim, eu digo que isso está a anos luz da verdadeira definição de cidadania!
É fundamental ter opinião e expressá-la. Por tal, regozijo-me com o facto de recentemente ter havido eleições (como agora se diz, ter sido devolvida a voz ao povo), e de os resultados desse escrutínio terem também sido reveladores! Parece que foram necessários 50 anos para que a sociedade percebesse que a estabilidade da governação de um país não depende de maiorias absolutas, mas da pluralidade de ideias e, sobretudo, da mentalidade e espírito democrático de quem nos governa.
A avaliar pelos resultados das últimas eleições legislativas, aconteceu no nosso país, e no nosso eleitorado, um reajuste que, além de analítico e pragmático, representa uma nova definição ideológica da forma de ver a democracia. O povo votou, e decidiu que em Portugal não temos que favorecer este ou aquele partido para que o país seja "governável", que não há mais predominância à esquerda ou à direita e que todos os partidos e as suas opiniões devem ser respeitadas.
Cada voto vale por si e, no dia-a-dia do país, deve sentir-se a sua correspondente expressão e representatividade.
Em boa verdade (parece que nos ouviram) algo mudou… Os representantes dos partidos e os comentadores presentes nos media, por força dos resultados eleitorais, finalmente acordaram a alteraram os seus discursos: até agora eram essenciais maiorias e geringonças; falam agora em humildade, em diálogo, em ouvir todos…
As cartas estão lançadas, o povo português já mostrou do que é capaz, ao que veio, que não está disposto a dar mais para "peditórios" de geringonças e maiorias absolutas, e que pretende que os senhores que estão no parlamento e na governação, de uma vez por todas, mudem de pensamento, se alheiem de si e dos seus interesses partidários, façam um esforço, e comecem finalmente pensar no país… Sobretudo, que entre eles se entendam democraticamente a favor de todos nós! (será pedir muito?). Chegou a hora de ver a qualidade dos nossos políticos
O 25 de Abril faz bodas de ouro daqui a dias…. Quero acreditar que finalmente começou a revolução!
Pode o leitor pensar que eu sou um sonhador e que o que está estabelecido é imutável…
Poder pode, Mas Eu Não Faria ISso