Növa Lisa,
Ainda se lembram da primeira paixão?
Ainda se lembram do primeiro corar?
De chegar a casa rosados
Ainda se lembram da primeira paixão?
Ainda se lembram do primeiro corar?
De chegar a casa rosados
Traídos pelo brilho nos olhos?
Era a bochecha da lembrança ardente
E a outra da bofetada da mão quente
Se a gente se atrasava...
Olhar a mão onde a outra tocou, lírica.
Tentar não lavar a zona sagrada
Para não apagar o perfume da pele
Que servia de almofada à saudade.
Aquela dor quase infinita
Nos encontros desmarcados.
O tempo de espera um baú vazio,
Triste, abandonado, com teias de tédio.
Espetavam mil agulhas da palavra quando no ar.
Quando abraçar? Quando beijar? Quando?
Ou apenas um olhar?
Lembram-se que achavam que tudo ou nada
Daquela paixão dependia?
O futuro, passado, presente?
Que tinham metade do mundo do vosso lado
E a outra metade tudo estragava?
A primeira paixão...
Quem diz que não se lembra
É coxo vezes mil.
Logo a primeira.
Aquele batimento cardíaco perfeito.
Será por ser a pioneira?
Sabe-se lá como extinguiu...
Aquele desfecho que nunca fecha.
Ainda bem.
Lembranças não matam. Apenas suspiram.
A primeira é sagradamente imortal.